terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O Símbolo da Colméia


O Símbolo da Colméia

por um Probacionista

"Depois que a experiência me ensinou que todas as coisas comuns da vida são vãs e fúteis, e quando vi que todas as coisas que eu temia e que me temiam nada tinham de bom ou de mau em si, salvo no que podem afetar o Espírito, determinei inquirir se não havia algo verdadeiramente bom, capaz de comunicar sua bondade e por meio da qual o Espírito pudesse ser impressionado com exclusão de tudo mais.

Determinei investigar se me era possível descobrir e atingir a faculdade do gozo eterno de uma contínua felicidade...Atentei nas vantagens que as honras e as riquezas conferem e vi que eu teria de ser excluído da sua aquisição, caso desejasse seriamente investigar meu assunto . Mais um homem possui honras e riquezas, mais seu prazer cresce, e em conseqüência mais e mais as procura aumentar - e quando não as alcança o sofrimento é profundo.

A fama tem isso contra si, que se a procuramos havemos que dirigir nossa vida de modo a agradar à fantasia dos homens, evitando o que os desgoste e fazendo o que lhes agrade... Mas a dedicação a uma coisa eterna e infinita, unicamente ela nos dá ao Espírito um prazer contínuo , livre de decepções. O maior dos bens é o conhecimento da união do Espírito com o Universo. Quanto mais o Espírito sabe, mais compreende sua força, mais apto será para dirigir-se e estabelecer suas regras; e quanto mais compreende a ordem da Natureza, mais facilmente será capaz de libertar-se das coisas inúteis; aqui está todo o método".

-SPINOZA



Segundo o ponto de vista dos historiadores, a antiguidade da Ordem Rosacruz , postulada por um grande contingente de escritores, não pode ser provada conclusivamente, pois não há evidencias históricas de que o Rosacrucianismo tenha existido na Idade Média, ainda que nesta época tenham sido revividos os ritos de antigas Ordens Místicas e Religiosas que floresceram entre todos os povos antigos.

Todavia, segundo o ponto de vista místico há outra forma de transmissão que teria sido preservada. No plano cultural através de códigos, que transmitiram antigos símbolos. Segundo a Teoria Transcendentalista, além da transmissão através dos códigos, teria havido revelações , visando preservar a tradição oculta. Revelações de caráter supersensível.

Os historiadores não levam em conta as idéias transcendentalistas, embora algumas vezes, não haja outra explicação plausível.

As atividades dos Grupos Rosacruzes , denominados como tal , e de forma escrita, e de seus apologistas, se manifestaram em diferentes períodos históricos:

- O Primeiro Período era de cunho essencialmente místico e secreto e abarca o século XVII.

- O Segundo Período foi de cunho ritualístico , social e político, e abarca o século XVIII, dando -se a criação de Lojas, com estatutos e filiações disponíveis.

- O Terceiro Período se situa entre os anos 1790 e 1850, e é marcado pela presença enigmática dos Adeptos Ambulantes do Rosacrucianismo, que constitui o link entre os antigos grupos e o mundo contemporâneo.

- O Quarto período data do século XIX, destacando-se os Grupos Auxiliares Maçons.

-O Quinto período data do início do Século XX, com a emergência de diversos grupos que aspiravam restaurar os antigos postulados, muitas vezes esquecidos pelo poder e a glória de uma riqueza efêmera.

Entre os símbolos maçônicos e rosacruzes se destaca a colméia , chamada símbolo da indústria, porque ela demonstra claramente, que o homem deve cooperar com seus semelhantes para alcançar de um modo total , mútuo desenvolvimento. Também encerra uma mensagem muito mais profunda porque cada alma vivente é uma abelha que viaja pela vida e recolhe o pólen da sabedoria nos distintos ambientes e experiências. Assim como a abelha suga o mel do coração da flor, cada um de nós deve extrair o néctar espiritual de cada acontecimento, de cada gozo, de cada sofrimento, e levá-lo à grande colméia da experiência: o corpo-alma do homem. Da mesma maneira, se diz que as energias espirituais no homem tomam, eternamente, as forças vitais que ele está transmutando e as leva à colméia do cérebro , onde é armazenado o mel necessário para a manutenção da vida.

A mitologia conta que os antigos deuses viviam de néctar, e não precisavam beber e comer como os homens. É realmente certo que o mel extraído ao enfrentar-se com os problemas do viver diário, é o alimento mais elevado para o homem. Enquanto comemos à mesa bem servida, seria bom considerar se o homem espiritual também não se nutre com as experiências e conquistas espirituais que vamos almagamando a nosso ser, na existência.

Um filósofo da época socrática afirmou que a abelha extrai o mel do pólen da flor, enquanto a aranha, da mesma fonte, extrai o veneno. O problema que então se nos apresenta é: somos abelhas ou aranhas nesta nossa peregrinação? Queremos transformar nossas experiências em mel ou em veneno? Queremos crescer e elevar-nos, ou seguiremos obstinadamente, debatendo-se com os mesmos obstáculos?

Muita gente se torna azeda com a experiência; o sábio, porém, toma o mel e o armazena dentro da colméia de sua própria experiência espiritual. Assim estudantes e simpatizantes da Filosofia Rosacruz, apreciando os ensinamentos ocultos que possuíam os Filhos da Viúva, a Mística Maçonaria, bem podemos sentir como estão compreendidas no Plano de Deus as doutrinas esotéricas, que se complementam e amalgamam na colméia espiritual.

Alguns historiadores consideram o Rosacrucianismo o link entre a Alquimia Medieval e a Moderna Maçonaria. Suas raízes místicas todavia se perdem na noite dos tempos e sob o ângulo místico a Ordem Rosacruz constitui uma Escola de Mistérios Espiritual, que se manifesta no mundo físico em todas as épocas lembrando que o mundo é um grande laboratório, no qual construímos os nossos veículos anímicos.

Max Heindel, o Místico Cristão, declarou muitas vezes que "Os Irmãos da Rosacruz trabalham através dos cientistas e com a ciência, e não limitam suas atividades a estudantes e probacionistas da Fraternidade Rosacruz, ou a qualquer outro grupo específico. Empenham-se em favor de toda humanidade, indicando a direção para o real estabelecimento da Fraternidade Universal em nossa Terra."

É notável destacar que em nossa Era Moderna os Rosacruzes e Franc-maçons, estiveram envolvidos ativamente com a reformulação dos métodos científicos, reagindo contra a cultura aristotélica-tomista que paralizava o desenvolvimento da ciência e promovendo a universalização do ensino, a fundação do Estado de Direito e da Democracia.

O mundo que conhecemos está mudando rapidamente. Novas nações vão surgindo, e velhos meios de vida vão sendo superados. Por todo o mundo os homens lutam para romper as cadeias da ignorância, da superstição e do medo. As nuvens da guerra juntam-se de novo, ameaçadoramente, no horizonte. O incrível avanço da ciência trouxe-nos ao limiar do desastre universal. A mente de milhões de nossos semelhantes estão tomando consciência da geração sem Deus, rica em conhecimentos e pobre em compreensão. Há pouco a ganhar na exploração do espaço, a menos que isso nos leve à descoberta do poder Divino residindo no espaço. Há pouco a ganhar na exploração do mistério da humanidade em si, a não ser que isso conduza à descoberta de um espírito imortal no homem, o único que pode conceder segurança nestes tempos confusos.

A necessidade do homem é a oportunidade de Deus. O misticismo é a única resposta ao materialismo. Isto foi claramente demonstrado por gerações. Com nossas mentes dedicadas à verdade; com nossos corações fortalecidos pela fé simples e nossas mãos ocupadas num trabalho útil, pregamos, não apenas por palavras, mas por meio do exemplo.

"Os antigos Templos de Iniciação ruíram-se nos escombros do Mundo Antigo, mas todos os que aspiram à vida santa, tem de ser ainda testados na sombria passagem da existência mortal. Ser assim provado e avançar vitorioso, é a maior honra que pode ser conferida a um homem. Um a um, estes vanguardeiros humanos, unir-se-ão aos Irmãos Maiores da Humanidade, para o trabalho de aperfeiçoamento e redenção da Raça Humana.

Eis o radiante hospedeiro dos céus, armado com a brilhante espada da justa causa. Os decretos celestes são simples, porém todo-poderosos. Ordena-se que a luz dissipe as trevas, que o amor supere o ódio, que a fé se sobreponha ao medo e o bem triunfe sobre o mal. Cada um de nós, segundo seu próprio discernimento, está procurando avançar neste propósito destinado, e é justo e apropriado que rejubilemo-nos com a realização de todos nós, pois tal realização nada mais , nada menos é, que o testemunho de trabalho de Deus no coração do homem."

_ Manly P. Hall

http://www.fraternidaderosacruz.org/colmeia.htm